História
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Sítio
Na origem do povoamento do promontório do Sítio estão as condições naturais e o sentimento religioso, advindo do milagre de Nossa Senhora da Nazaré.
Devido ao difícil acesso, o Sítio apenas se começou a desenvolver em meados do século XVII, crescendo bastante ao longo do século seguinte.
A instalação de um elevador mecânico, para ligação entre o Sítio e a Praia, em 1889, veio dar um novo incremento populacional ao lugar, já então muito visitado por romeiros e peregrinos.
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Nazaré-Praia
A Praia da Nazaré é de ocupação humana relativamente recente. As primeiras referências sobre a pesca na Nazaré datam de 1643, no entanto, só no início de oitocentos a população se começou a fixar no areal.
A zona actualmente ocupada pelo casario, era, à época, ocupada por dunas litorais que seriam recortadas, a montante, pela foz do rio Alcoa, que ia desaguar muito a norte da actual (a sul do Porto de Pesca), tendo as várias alterações do leito do rio contribuído para a diversificação da geologia local.
Os pescadores locais habitavam, sobretudo, nas partes altas – Sítio e Pederneira – dado que os constantes ataques dos piratas argelinos e holandeses tornavam o areal pouco seguro.
Só no séc. XIX, posteriormente às invasões francesas, é que se reuniram condições de segurança necessárias à fixação dos pescadores junto à praia. A Nazaré começou a ser conhecida e procurada, como praia de banhos, em meados do século XIX.
A sua beleza natural e tipicismo desde sempre atraíram os visitantes. A pesca, a transformação do pescado e a sua venda, foram ao longo de quase todo o século XX, as principais actividades da população.
A dureza e perigosidade da vida do mar levaram muitos pescadores a procurarem uma vida melhor noutras paragens. A construção do Porto de Pesca e Recreio, no início da década de oitenta, veio alterar e melhorar a vida dos pescadores, iniciando uma nova fase no quotidiano da vila.
Na década de 60, o Turismo descobriu o encanto desta vila e a Nazaré começou a ser conhecida internacionalmente. Visitada anualmente por milhares de turistas nacionais e estrangeiros, a Nazaré é hoje uma vila moderna e sempre animada.
Percorrer as suas ruas estreitas e perpendiculares ao mar, é descobrir um modo de vida peculiar e autêntico, onde as surpresas espreitam a cada esquina. Beleza, memórias, charme e tradições fazem da Nazaré a mais inesquecível das praias portuguesas.
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Pederneira
Terra de pescadores desde o século XII, era denominada então Seno Petronero, que significa Golfo da Pederneira. Situava-se, nessa época, mais para o interior e era a pesca na Lagoa a fonte de riqueza da vila.
Desenvolvida, no final do século XVI, com a chegada dos pescadores da assoreada e despovoada vila de Paredes, foi um dos mais importantes portos de mar dos Coutos do Mosteiro de Alcobaça.
Sede de concelho, a Pederneira era, a seguir a Alcobaça, a vila mais populosa e produtiva dos domínios de Cister. O Rei D. Manuel I concedeu-lhe Foral em 1514.
Na época áurea dos Descobrimentos Portugueses – séculos XV e XVI – foi um dos mais activos estaleiros navais do reino, de onde saíram muitas naus e caravelas. Pelo porto da Pederneira eram escoadas mercadorias e as madeiras do Pinhal do Rei, para a capital e além-mar.
Da sua população de pescadores foram recrutados muitos bravos marinheiros, destacando-se o mítico calafate e mareante Bastião Fernandes, que terá sido marinheiro na Rota das Índias.
O desenvolvimento do Sítio e o progressivo afastamento do mar, devido ao assoreamento da Lagoa e ao aparecimento da nova praia, levaram à decadência da Pederneira, em finais de setecentos.
Nem a vinda dos Ílhavos e de outros pescadores e marítimos da zona da Ria de Aveiro para a vila lhe deu animo. Lentamente os seus habitantes vieram fixar-se na recente enseada.
Após um longo período de algum abandono, lentamente a Pederneira recobrou a vida ao longo do século XX. Sossegada e agradável, a Pederneira é o miradouro atento do mar e do casario da Praia, guardiã de memórias de outros tempos, merece uma visita atenta.
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Famalicão
Freguesia da Nazaré, a aldeia de Famalicão dista apenas 8km da sede de concelho. No sopé da Serra da Pescaria e rodeada de férteis campos, a povoação, com uma área de 21,8 Km2 e cerca de 1600 habitantes, é atravessada pela linha do Oeste (CP).
De cariz essencialmente rural e agrícola, Famalicão tem o seu povoamento ligado aos habitantes de Paredes da Vitória, que no início do século XVI, aqui se vieram fixar, trazendo com eles o culto de Nª Sra. da Vitória, o que provocou atritos entre os novos e os antigos moradores.
Nessa época, a povoação estava dividida em Famalicão de Baixo, que pertencia a Alfeizerão, e em Famalicão de Cima, que pertencia à Pederneira, e para o qual vieram os habitantes de Paredes.
Até ao século XVIII esta divisão manteve-se, altura em que o conflito das duas foi “vencido” por Famalicão de Cima, unificando-se numa só povoação, que começou a crescer enquanto freguesia, sob a protecção do seu orago – Nª Sra. da Vitória – celebrada todos os anos no mês de Agosto.
Tal como a Pederneira, Famalicão também fazia parte dos domínios de Cister, tendo sido vigararia de apresentação do Mosteiro de Alcobaça, passando posteriormente a priorado.
Actualmente, Famalicão é uma povoação em contínuo desenvolvimento, que tem como base económica a agricultura e a fruticultura, sendo a indústria de fibras de madeira e da cerâmica um pólo de crescimento da freguesia.
A beleza selvagem da Serra da Pescaria e da Praia do Salgado é o cenário privilegiado para a prática de desportos de natureza e de ar livre, com especial destaque para o parapente.
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Valado dos Frades
Vila situada a 6km da Nazaré, junto à linha férrea do Oeste e ao nó de acesso da A8, é a segunda maior freguesia do concelho, com cerca de 3400 habitantes, distribuídos por 19,3 Km2.
Achados arqueológicos atestam a ocupação romana da zona, no entanto, o povoamento da vila parece só ter começado, efectivamente, no século XIII, com a drenagem do Paúl da Cela a pedido do Rei D. Dinis.
O Valado pertencia aos Coutos de Alcobaça e foi povoado e desenvolvido pelos monges bernardos.
A origem do nome Valado deriva de “velado” ou de “velar”, por existir neste lugar um monge encarregado de vigiar ou velar pelos campos pertencentes ao Mosteiro, segundo a opinião de alguns estudiosos; segundo outros, o topónimo deriva de “vallo” ou “vallu”, palavra latina que tanto pode significar defesa como trabalho de irrigação ou divisória de terrenos.
A presença dos frades deixou marcas visíveis na vila para além do nome da localidade. Foram os cistercienses os grandes impulsionadores da drenagem dos campos (antigos pântanos e pauis,deixados pelo recuo do mar, que outrora cobrira a região), e da sua adaptação à agricultura.
Aqui instalaram uma das 10 granjas agrícolas dos coutos, na qual fundaram, no século XIV, uma “Escola de Engenharia Hidráulica e Agrícola”, na Quinta do Campo - hoje transformada numa belíssima unidade de turismo de habitação.
O Valado actual é uma vila dinâmica, onde a exploração agrícola intensiva - nomeadamente da cenoura – é a base económica da população, sendo a indústria da cerâmica, porcelana e faiança (utilitária e decorativa), o outro grande pólo de desenvolvimento da freguesia.
Desportiva e socialmente bastante activa, a vila dispõe das infra-estruturas necessárias à prática de várias modalidades: hóquei em patins; patinagem; basquetebol e futebol de salão.
As associações culturais e recreativas desempenham um papel importante na vida dos valadenses, nomeadamente a BIR - Biblioteca de Instrução e Recreio.